INTERPRETAÇÃO DIDÁTICA DA TRILHA DOS QUATIS
1.Hélio Freitas Santos
2 Maria Cecília Rangel Monteiro Santos
1. Biólogo, Professor Ciências Físicas e Biológicas - Instituto Zoobotânico de Morro Azul
2. Arteterapeuta, Especialista Docência Superior -Instituto Zoobotânico de Morro Azul
mceciliaizma@gmail.com
A "Trilha dos Quatis" está localizada em Morro Azul, município de Engenheiro Paulo de Frontin, Estado do Rio de Janeiro, dentro das coordenadas 22°31’28”S e 43°39’38” W. O município de Eng. Paulo de Frontin apresenta topografia com variações altitudinais de 500 a 1000 m (LEINZ & AMARAL, 1980) e a sua cobertura vegetal que abrange 56,4 % da área é de Floresta Pluvial Atlântica, (FUNDAÇÃO CITES, 2006) hoje sensivelmente alterada, mas apresentando muitos bolsões de floresta secundária bem recuperada.
Implantada em uma área privada de 19 hectares e administrada pelo Instituto Zoobotânico de Morro Azul, a “Trilha dos Quatis” é uma trilha interpretativa guiada, circular, natural temática (LEMOS, 1996), cuja extensão é de 2.200 metros com altitude variando de 671 metros a 825 metros, num fragmento de mata atlântica de aproximadamente 4000 hectares, a Serra do Pau Ferro, junto com outras propriedades particulares com áreas bem preservadas. A metodologia utilizada na interpretação foi desenvolvida nos trabalhos de pesquisa de campo em Zoologia e Botânica e aplicada nas atividades de Educação Ambiental oferecidas para visitantes.
Os objetivos são: apresentar o ecossistema natural de forma didática e prática; demonstrar a importância da biodiversidade e despertar o interesse pelas atividades de ecoturismo responsável, de forma prazerosa e positiva.
Antes da caminhada os instrutores interagem com os participantes narrando um breve histórico do IZMA, explicando o conceito de mata atlântica secundária, a exploração florestal da região desde sua colonização no século XVII e a situação atual. Orientações sobre a conduta na trilha também são expostas de forma didática. Exercícios leves de alongamento e aquecimento são aplicados adequadamente para cada grupo. Os pontos interpretados são apresentados pelos instrutores chamando a atenção dos visitantes para as espécies da fauna e da flora, os aspectos ecológicos, geográficos e históricos da região. A duração da atividade é de 120 a 150 minutos, incluindo paradas no “Mirante” para observação cênica e no "Ponto de Reunião" para um breve descanso. Como exemplo da fauna são observadas aves: Penelope obscura; Propyrrhura maracana; Trogon viridis; Selenidera maculirostris; mamíferos: Nasua nasua, Cerdocyon thous, Eira barbara; Coendou villosus; Sciurus aestuans; répteis: Spilotes pullatus; Tupinambis teguixin; anfíbios: Hyla faber; Brachycephalus ephippium; e inúmeras espécies de insetos. Como exemplo de flora: Cecropia sp; Astrocarium aculeatissumum, Ocotea sp; Enterolobium contortisiliquum; Cupania sp, Attalea dubia; Jacaranda sp; Annona cacans; Zeyheria tuberculosa, além de pteridófitas, bromeliáceas e orquidáceas.
Bibliografia
LORENZI , H. Árvores Brasileiras, Manual de Identificação e Cultivo de Plantas arbóreas Nativas do Brasil vol.1, Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda., São Paulo, 2000.
_________Árvores Brasileiras, Manual de Identificação e Cultivo de Plantas arbóreas Nativas do Brasil vol.2, Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda., São Paulo, 1998.
LEINZ, V. & AMARAL, S.E.Geologia Geral, São Paulo, Ed. Nacional, 1980.
ODUM, E.P. Ecologia, Guanabara, Rio de Janeiro, 1988.
RIBEIRO, L. S. Município de Engenheiro Paulo de Frontin, Um pouco de sua história e da Sua Gente, Editoria Solon Ribeiro Ltda, Engenheiro Paulo de Frontin, RJ, 1998
LEMOS, Amália Inês. Turismo: impactos sócio-ambientais. São Paulo: Hucitec, 1996.
Gama, L. L. M. F. da, Cassino, P. C. R.,
A Trilha Ecológica e sua Influência na Educação Ambiental, Anais Congresso Mundial de Educação Ambiental , Espinho Portugal , 2003.